No início era Ao. E nada mais.
Foi à partir da vontade do Grande Ao que tudo se fez. Selûne e Shar seguiram a vontade do Deus Supremo de criar vida no universo. E após as Duas Irmãs, nasceram vários outros Filhos de Ao. Chauntea, Tempus, Mystryl, Amaunator e outros. Mas eles não foram os primeiros. Existiram outros Filhos de Ao antes deles. Os Primógenos já existiam bem antes dos seres que hoje dominam o Mar Astral, e foram os responsáveis pela orientação dos seus irmãos mais jovens, quando o Grande Pai decidiu criá-los.
(Cidadela do Sol Eterno, há cerca de 1 mês atrás)
A batalha já fora travada, e os Servos de Ao venceram as forças de Amaunator. Subjugado, o Mantenedor do Sol Radiante viu-se cercado de executores. Não acreditava no que lhe acontecia. Questionava os desígnios de Ao, mas sabia que isto não lhe competia. Os "deuses" de Faerûn também têm o seu Deus. Aquele ao qual eles temem e, da mesma forma como os mortais para com eles, não o entendem completamente.
Prostrado e ferido, sem forças para continuar no combate, Amaunator, pela primeira vez em toda a sua existência, viu-se sem esperança. Seu coração, ao contrário do que sempre apregoara, sentia-se inevitavelmente subjugado pela escuridão do final iminente. O corpo imortal de Siamorphe, sua exarca, jazia sem vida no solo santo do Sol Eterno. Uma deusa morta.
Foi então que, pela primeira vez em toda a história, a enorme Cidadela do Sol Eterno viu-se nas trevas. Tomado pelo conflito, Amaunator trouxe à si as últimas forças que lhe restavam para desferir um último golpe derradeiro. Seu corpo imortal também foi devastado pela infindável energia radiante que tomou conta do lugar. Um clarão de luz que iluminou o recanto mais sombrio do Abismo, e depois desapareceu para sempre.
O grande exército dos Servos de Ao fora dizimado, exceto pelo seu General, Filho de Ao, que permanecia estático, de pé. Amaunator, entretanto, desaparecera.
(continua...)
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