domingo, 30 de maio de 2010

Underdark - Parte IV

Parados ali na sala de Elminster, os aventureiros não sabiam o que pensar exatamente. Em breve conheceriam aquele que fora o maior dos magos de Faerûn, e talvez ainda fosse capaz de reviver um pouco do espírito da magia. Alguns, os mais próximos aos estudos da religião, como Laeral e Hagatar, sabiam inclusive que Elminster era visto como o único capaz de reviver o espírito da divindade da magia. Mas somente se ele decidisse tomar sobre si este manto, o que ainda não acontecera. E a medida que os anos se completavam, seu nome cada vez mais ia caindo no esquecimento das novas gerações. Logo, quando os mais novos perguntassem, “Quem é Elminster?”, talvez já fosse tarde demais.

O interior daquela torre parecia uma casa normal. Simples, até. Bem simples. Uma mesa no centro da sala. Alguns móveis de madeira escurecida bem antigos, mas limpos e conservados. Um jarro de flores no canto do cômodo, e cadeiras para os convidados se sentarem. Laeral e Laurece estavam ali. Murphy parecia ainda desconfiado. Não lhe agradava a idéia de estar numa torre de magos, muito embora este fosse confiável. E, francamente, a sua última experiência com arcanos tinha lhe deixado marcas profundas. Marcas na sua alma.

A jovem que lhes recebera, Idriane, era quem “cuidava” de Elminster. Era estranho para eles ouvir isto. Alguém cuidando de um arquimago do porte dele.

“Senhores”, disse Idriane. Ela aparentava ter uns 15 anos de idade. Um rosto branco delicado, belos cabelos pretos encaracolados. “Meu senhor Elminster ainda repousa. Eu acho apropriado que os senhores voltem numa outra hora.”

“Talvez pudéssemos aguardar aqui.” Disse Laeral. “É que o nosso assunto é muito urgente. Envolve a vida de um amigo nosso, e de crianças desaparecidas.”

Idriane entendeu a seriedade das palavras da paladina. Mas não gostava da idéia de receber visitantes na residência de seu mestre sem o seu consentimento. Muito menos mantê-los ali na sala, esperando ininterruptamente. Elminster dificilmente gostaria desta surpresa ao acordar.

“Eu não sei...” Ela estava pronta para sugerir que eles voltassem num outro momento, quando foi interrompida.

“Idriane!” Uma voz idosa, aparentemente cansada, a gritou. O grito pareceu revelar uma pessoa muito doente.

A porta se abriu.

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