domingo, 27 de junho de 2010

Comentários iniciais sobre Eberron - o que você precisa saber de imediato

Bom, Eberron, como não pode deixar de ser, vai virar um especial aqui no blog. Não daria para falar minimamente de um novo cenário de campanha em apenas um ou dois posts, e por esta razão decidi dividí-lo em diversas partes, abordando tópico por tópico, para facilitar a compreensão de vocês. Ainda assim, vou aproveitar este post para fazer algumas observações importantes com relação ao novo mundo no qualos personagens se encontram, e a relação dele com a nossa história.

Primeiro de tudo, é importante que vocês entendam que presença dos personagens em Eberron não é algo aleatório. Durante o planejamento da campanha, já estava previsto isto. O fato do cenário inicial ser Forgotten Realms também foi considerado. A história se desenvolverá com elementos de ambos, e o fato dos seus personagens serem inicialmente faerûnians em contato com a cultura eberrônica era algo que eu queria que existisse. Eu não acordei um dia e pensei: “Ah! Cansei de Forgotten!”. Muito pelo contrário. Forgotten estará bem vivo nas nossas histórias.

Segundo, eu não vou revelar tudo sobre Eberron pra vocês de uma só vez. Claro, quem quiser pode descobrir. Da mesma forma que eu baixei os livros, qualquer um aqui também pode fazê-lo, embora Eberron nunca tenha sido traduzido pela Devir, e provavelmente não o será tão cedo. Mas eu vou revelar aos poucos para vocês como é o cenário, e como deverá ser esta interação dos personagens. Acho que existem elementos de Eberron que, em contato com a mística de Forgotten Realms, tornam a campanha muito promissora. E vocês não saberem de nada contribui para a autenticidade da interpretação de vocês.

Outro ponto importante a ser destacado é o meu ponto de vista sobre Eberron. Se vocês procurarem na internet, vão encontrar sites e blogs de diversos narradores de Dungeons & Dragons, e cada um destaca uma característica em Eberron como sendo a principal. Existe um medo latente nos jogadores mais tradicionais de que este seja um cenário muito moderno para D&D. Bom, é por isso que vocês precisam saber qual é a minha visão de Eberron.

O cenário gira em torno de algo bem religioso e medieval: uma profecia. A premissa básica de Eberron não é a magia, ou a tecnologia. Isto é uma consequência, assim como Elminster, Khelben, Symbul, Fzoul Chembryl, Halaster, Szass Tam, etc, são consequências de um cenário que elevou seus heróis à níveis épicos por conta da constante presença dos deuses no mundo.

A profecia a qual me refiro é a chamada Draconic Prophecy, ou Profecia Dracônica. Eu vou falar mais dela depois, quando começar a tratar da história do cenário. O básico é isto: ninguém sabe muito bem como é esta profecia. Apenas alguns estudiosos conhecem partes bem pequenas dela. E dizem ser algo gigantesco – ou seja, ninguém sabe nada sobre ela. Supostamente, os dragões seriam os únicos seres capazes de decifrá-la, e esta estaria ligada com o fim do mundo, ou com uma mudança muito profunda...enfim, de novo, ninguém sabe nada.

Até por isso, como eu disse, há um aspecto bem medieval. A crendice popular que nasce desta profecia, influencia desde atos genuinamente provenientes da fé, até indulgências e outras manipulações populares – já dizia o sábio, religião é o ópio das massas.

Há muitos anos atrás no cenário começaram a surgir as Dragonmarks, ou Marcas do Dragão. Nada verdade, eram só marks. Ninguém podia afirmar que as marcas eram verdadeiramente oriundas de alguma relação com a Draconic Prophecy. Mas foi isto que ficou. Elas davam poderes específicos aos indivíduos que as possuíam. À medida que vários indivíduos com a mesma Dragonmark foram se aliando, criaram-se as Dragonmarked Houses, que seriam as Casas da Marca do Dragão. Como eles tinham habilidades específicas oriundas das suas marcas, acabaram se tornam especialistas nestas atividades, e construíram monopólio naquela área em específico. Por exemplo, a Casa Jorasco, que ajudou os personagens em Eberron inicialmente, é portadora da Marca da Cura. Ou seja, neste particular, eles são muito bons.

A existência das Dragonmarks e das Dragonmarked Houses fez com que a magia oriunda destas se tornasse objeto de comércio intenso. Eles eram muito bons, e desenvolviam cada vez mais. Ora, se você tem muita oferta de itens mágicos – e aqui falo itens lato sensu, não apenas os militares – você acaba tendo uma popularização destes, através da regulação natural do próprio mercado – Lei da Oferta e Demanda, de Adam Smith.

Ou seja, com base nesta premissa básica – a crendice quanto a sacralidade das Dragonmarks e uma possível ligação destas com a Draconic Prophecy, desenvolveu-se um mundo onde a magia é comercializada, e determinados indivíduos se aproveitam da pureza da fé dos demais. Soa familiar com algum período medieval?

Não é, portanto, um mundo tecnológico, supermoderno, baseado na magia. É um mundo medieval, onde a magia é instrumento de capitalização e manipulação das massas. Enfim, este tópico já está enorme. Exatamente por isso eu achei melhor criar um especial para falar do cenário. Então é melhor começar logo.

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