Centenas de anos de treinamento não o preparariam para sua primeira missão. Uma coisa era defender-se no calor da batalha, ou presenciar um ato de violência contra o mais fraco e tentar impedí-lo. Agir por instinto era mais fácil, e era tudo o que Herthanael tinha feito até aquele momento.
Chegara a hora do elfo mostrar que estava disposto a se deixar usar pela Justiça de Torm. Chegara a hora dele ser um vingador, e fazer cair a Ira Divina sobre aqueles que foram pesados, e encontrados inaptos pela Sua Balança.
Herthanael não sabia aonde Rahel o estava levando. A viagem era longa. Com o tempo, no entanto, o coração de Herthanael estremeceu. Estava novamente em casa, se é que poderia chamar aquele lugar naqueles termos. Estava em Cormanthor.
Não bastasse ter retornado àquela floresta, o elfo estava cada vez mais e mais próximo do seu antigo vilarejo. Queria sair. Queria ir embora e nunca mais voltar. Livrou-se da espada que Rahel lhe havia dado, e galopou para longe. Parou à beira de um riacho, à alguns dias dos limites de Myth Drannor. Quando ajoelhou para beber água, desabou.
Aquelas memórias tinham ficado suprimidas durante muito tempo. Não queria relembrá-las. A dor que as acompanhava era muito grande. Sentiu um toque em seu ombro.
“Você vai fugir para sempre?”
(continua…)
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