(Baseado no texto escrito por Regino)
Herthanael acordara na mesma cama de algumas noites atrás. Estava de volta aquele mosteiro. Vestia um pijama branco, e no mais, ataduras. Muitas, por todo o corpo, praticamente. Levantou-se, com dificuldade, e sentou-se na cama. Como tinha voltado para aquele lugar? Até onde se lembrara, tinha cometido a insanidade de lutar contra um número elevado de guerreiros numa taverna, e depois de muito ferido, foi subjugado pelo líder deles. A última coisa que viu foi o seu machado, pronto para partir seu crânio ao meio.
Ele queria se levantar, mas não conseguia. Ainda sentia muita dor. Conformado, deitou-se novamente, sendo levado a pensar mais uma vez na tragédia que sua vida tinha se transformado, após o ataque daqueles malditos orcs. Recorrentemente, lembrava-se dos rostos de seus pais, dos seus amigos. Mas logo em seguida vinha a imagem de todos mortos. Herthanael era perseguido por essas memórias. Uma marca que jamais se apagaria.
Enquanto pensava, Herthanael acabou adormecendo mais uma vez. Sonhou com sua infância, e com as décadas de sua primeira juventude. Lembrou-se de como era caçar com o seu pai. Das brincadeiras com os outros elfos do vilarejo. Dos seus amores juvenis, e da intempestividade daquela época. Lembrou-se de sua mãe, Amadarlae, e de suas ervas medicinais. De como ela sempre fora cuidadosa com o pequeno Herthanael, e mesmo na sua maturidade, quantas vezes ela cuidara de suas mazelas.
Acordando, o elfo entristeceu-se por ter que deixar aquele sonho, onde os seus queridos ainda viviam. Mas, de repente, teve a impressão de que sua mãe estivera realmente ali, cuidando dele. Seu corpo estava coberto por emplastros e outros tipos de infusões medicinais, todos com o cheiro incrivelmente familiar. Ele então ouviu a porta se abrindo. No fundo, queria muito que sua esperança se tornasse realidade.
(continua...)
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