segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Especial “Origens” – Herthanael – Ato 8

Aquela bela e rude mulher se chamava Rahel. Sem o manto, Herthanael notara que aquela devota de Torm era uma elfa. Uma eladrin, na verdade. Belos cabelos loiros longos, escorridos até a altura de sua cintura, e lindos olhos azuis. Rahel tinha um aspecto angelical, mas suas feições eram de alguém que já tinha sofrido bastante. Como o próprio Herthanael.

Ela lhe salvara na taverna. Novamente.

Rahel estivera no rastro daqueles seis bandidos há dias. Os bastardos tinham sido responsáveis por diversos roubos num rastro enorme até aquela pacata cidade. No caminho, deixavam sempre muito sangue derramado e muitas mulheres estupradas. Rahel entendera que era o bastante. Torm havia posto cada um deles na Balança da Justiça, e os encontrara inaptos a permanecerem vivos.

Quando os localizara, já estavam naquela taverna, causando mais problemas. Movendo-se pelas sombras, ela subiu até o segundo andar da taverna. Procurou um quarto vazio, e esgueirou-se silenciosamente. Ao espiar do alto da escada, notou que alguém já tinha começado a punição daqueles malditos. “Quem teria sido o instrumento de Torm?” Pensou Rahel.

Eis que de dentro da cozinha, Herthanael é cuspido pelo líder daquele bando. Aquele mesmo elfo magro do qual ela cuidara há pouco tempo atrás. Ele certamente ainda estava muito ferido. Não havia deixado o Monastério de Torm há tanto tempo, e ainda não tivera os dias suficientes para recuperar-se. O maldito assassino saiu da cozinha com seu machado na mão pronto para matar o jovem elfo, que a esta altura não tinha mais defesas.

Rahel aproveitou-se de sua distração, e aproximou-se furtivamente. Ela segurava a Rosa da Vingança, e esperava o momento certo de atacar. Agachou-se no flanco esquerdo do brutamontes, e esperou. Assim que o ele ergueu o machado sob a cabeça, Rahel avançou, golpeando-o fortemente na linha da cintura. Era um golpe incapacitante.

Não que Rahel não tivesse a perícia suficiente para matá-lo de pronto. Ela tinha mais do que o suficiente. Mas, como Herthanael viria a descobrir no futuro, existe uma diferença entre ser um assassino, e ser um vingador. Ela queria punição. E, para aquele criminoso, a morte rápida era libertação.

Aquele guerreiro alto e forte, poderoso aterrorisador de taverneiros e filhas indefesas, estava ajoelhado, com as mãos no ventre, segurando suas tripas. Ele ergueu a cabeça e viu a face da sua morte. Era bela e angelical. Uma linda fêmea, como as dezenas de outras que ele havia violentado. Mas agora ele não riu. Não viu medo nos olhos dela. Ao contrário, viu raiva. Raiva contida. Fúria canalizada. Ela era fria e calculista. Ela era a sua última visão.

(continua…)

Um comentário:

Pyro disse...

Rapaz, to fertanhaicando com desejo de ser Herthanael. Ele é um John Rambo do RPG. É quase um Leeeeeerrrrooooyyyyyy Jenkinsssss

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