Especial "Origens" - Herthanael - Ato 4

(Baseado no texto escrito por Regino)

Quando Herthanael acordou, estava deitado em uma cama, enfaixado. Os orcs o tinham atacado, e dessa vez ele tentara lutar. Em vão, claro. O elfo não era nenhum guerreiro. Ele era apenas um fazendeiro, envergonhado por não ter sido capaz sequer de morrer dignamente ao lado daqueles a quem mais amava.

Seu corpo doía da cabeça aos pés. Suas pernas, costas e tórax ardiam, ainda sentindo a laceração profunda que o machado dos orcs produzira em sua carne. No meio daquela dor, ele se lembrou de como aqueles cortes lhe deram coragem para atacar os malditos monstros, saqueadores covardes e assassinos. Herthanael lembrou-se de ter usado pedras para acertá-los, e retribuir a dor que lhes haviam causado. “Malditos orcs!” Depois, tudo ficou escuro.

Como então tinha ele sobrevivido, e como tinha ido parar ali, Herthanael não sabia. Escutou passos, e a porta à sua frente se abriu. “Bom dia, senhor”. Uma mulher, vestindo roupas e um manto pretos, lhe cumprimentara. Ela carregava um símbolo amarrado à sua mão – um manopla.

“É hora do senhor partir”. Disse ela, deixando claro que a sua boa aparência não era o suficiente para torná-la uma dama. Sua voz seca e rude revelavam alguém que não tinha tempo à perder com meias palavras. Mas Herthanael não discutiu, nem se importou. Apenas esforçou-se para levantar, e partiu.

Enquanto saía do lugar, notou que estava numa espécie de mosteiro. Todos ali usavam o símbolo da Manopla. Era um lugar ermo, próximo às montanhas, de estilo de vida circunspecto e austero. Eles pareciam se dedicar à orações e cânticos em nome de Torm. Herthanael não conhecia este deus.

(continua...)